sexta-feira, 29 de maio de 2009

MÚSICA VS. ARTE!

Recebi uma crônica do meu amigo Pedro Bueno, estudante de publicidade, exímio guitarrista, pesquisador e conhecedor de diferentes vertentes do rock and roll. Quer saber sobre alguma banda? Pergunte pra ele.
Resolvi postar o texto aqui, e também publicar na próxima edição do Correio da Ilha. Em breve nas bancas.
Quando a música transforma-se em profissão, o aprimoramento musical é um desafio constante. Surge a rotina como o grande inimigo, deixando de lado a principal verdade: a paixão pela arte, muitas vezes substituindo a ideologia ou gosto musical pelos altos cachês, fama e marketing pessoal, o que faz com que se distancie a verdadeira essência da música.
Se atualmente vivemos em uma era onde em que vale é você estar na mídia como rádio, TV, revistas entre outros, e quando uma banda de repente emplaca, temos que pensar: “Será que foi por mérito? Será que são bons músicos?”. Ou que tudo foi dinheiro e mentira, verdade comum nos dias de hoje.
Você pode fazer um teste: sintonize na rádio de sua preferência e logo vai perceber que ela não tem nenhum critério na sua programação, começa tocando rock, depois vem um sertanejo, seguido de um funk, e por aí vai. Brincadeira, né?
Que identidade essa rádio tem? Qual o seu público alvo? Cadê a ideologia?
Enfim, é exatamente isso que acontece quando uma grande gravadora ou um empresário leva os seus produtos para as rádios e TVs, vendendo como se fosse o melhor de todos os tempos. Um grande exemplo são as votações que todo ano elegem os artistas do ano na MTV, e dali saem como se fossem astros e que na verdade basta uma briga paga entre Majors e Gravadoras, para valorizarem seus produtos e subir os cachês, ganhando assim mídia agregada ao seu produto. Tudo isso não basta de uma grande mentira.
Aí você se pergunta: ONDE ESTÁ A ARTE? E o bom senso? E principalmente o amor pela música.

Escrito por Pedro Bueno
Aluno de Publicidade e Propaganda da Unaerp e guitarrista da banda Playground

domingo, 24 de maio de 2009

O Post-Hardcore do In Memorian

Foto: Matheus Dias

Acompanhei quando o In Memoriam surgiu em abril de 2005, e com uma formação bem diferente da atual, ainda com o Neto nos vocais (antes dele ter seguido para Cuba estudar medicina) e meu companheiro de facu Gabriel. Segundo eles, a intenção era fazer algo com três vocais de muito peso, mas também com melodia.
O som era crú, atravessado, com berros se misturando à instrumentos mal regulados. Putz, era bem complicado distinguir quem estava tocando o que, apesar da boa intenção e do talento que estava (bem) escondido ali. ESTAVA.
É impressionante como uma boa dose de tempo e ensaio faz bem pra uma banda. A formação mudou várias vezes, bem como as influências, e o In Memorian que se vê hoje é mais maduro, focado, regulado e por que não, músico.
“Muitas coisas deram certo e seguem na banda, outras ficaram mesmo na intenção como por exemplo a idéia de três vocais que se mostrou desnecessária”, conta o baixista Juliano Amaral, o Juba, que além de meu brother (já me emprestou o baixo 7.534 vezes) é um cara dedicado e talentoso. Juba vem acompanhado de Gabriel Eloi e Leandro Cruz nas guitarras, William Barreto na bateria e apenas dois vocalistas, Fábio Villarinho e Raphael da Costa.
Ainda antes de acertarem essa formação, ainda com o Neto e o Gabriel nos vocais, foi lançado o demo Variações sobre o mesmo tema, compacto com 3 músicas, com destaque para Augustus (que nem sei se tocam até hoje).
Mas já é hora de coisa nova sair do forno!
Com a entrada de 2009 uma nova alvorada intelectual e criativa surgiu para a banda. Músicas falando sobre o próprio ser humano, vivendo na linha entre o físico e o metafísico.
Agora o In Memoriam, que também assina com a sigla “IXMX”, prepara-se para uma nova gravação com uma proposta, segundo eles, conceitual: cantando sobre a vida, o amor, a angústia e o caminho que o ser humano acaba traçando.
O som é o post-hardcore, com influência marcante de bandas americanas como Emarosa, Dance Gavin Dance e Lower Definition, além dos brasileiros do Colligere, entre outras.
De acordo com Juliano, o post-hardcore é a cena posterior ao hardcore, que começou nos anos 90. Tem características mais harmoniosas e melódicas do que o hardcore, e teor menos politizado do que o punk.
Para conferir o trabalho dos caras, basta acessar o myspace deles: www.myspace.com/ixmx.
Referências:
O que é post-hardcore?