terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nevermind The Bollocks




Material do Sex Pistols, ou tem que ser muito bom, ou tem que ser ótimo. Afinal, a banda foi uma das precursoras do movimento punk, e sua história é magnífica. É isso que conta o DVD Classic Albuns Sex Pistols – Nevermind the Bollocks.
A série Classic Album é formato documental e as bandas e artistas foram escolhidos a dedo. Com um cast que conta com lendas como Bob Marley, Pink Floyd, Nirvana, entre outros, a produção mostra em detalhes o processo de gravação dos álbuns.
Com o S.P. não poderia ser diferente e o resultado foi melhor do que o esperado, quando garimpei na prateleira de uma loja de discos por R$ 29. Claro que conseguiria baixar pelo Torrent, mas como sou muito fã da banda fiz questão de ficar com o original mesmo. Sim, sou desses que não dispensam cheiro de encarte, extras que não travam e a sensação ímpar de abrir uma embalagem nova. E como valeu a pena.
O DVD é irado!
As entrevistas me levaram para a mesma Londres onde tudo começou, com relatos explicativos e detalhados sobre o início, a ascenção e a queda, tanto da banda quanto do próprio movimento punk. Steve Jones e Paul Cook (guitarra e bateria) contam os primórdios, com os ensaios onde ninguém sabia tocar absolutamente nada e o entendimento sobre o rock se resumia a três acordes, com exceção de Glen Matlock (primeiro baixista), que sofria até um tipo de preconceito por ter uma mente mais aberta e ouvir bandas como Beatles e A-Ha. Além disso, o depoimento de Matlock ainda deixa bem claro que havia, e ainda há, muita mágoa pela sua substituição por Sid Vicious (o único ponto negativo que achei é que muito pouco sobre Vicious é citado no documentário).
Ainda comentam o empresário Malcolm Mclaren, e Chris Thomas (produtor) e Bill Price (produtor / engenheiro de som) contam a verdade sobre as sessões de gravação, e mostram os tapes, tudo ilustrado por imagens de arquivo dos Sex Pistols.

7 PALMOS

No ano de 2007 tive que apresentar um trabalho na faculdade, na aula de telejornalismo. Tratava-se de um documentário, e os grupos já começavam a ser organizados. Como eu fazia aquela matéria em uma turma que não era a minha (apesar de ter bons amigos na sala) foi difícil me encaixar em algum grupo. Eu era a verdadeira batata quente, todos me jogavam de lá pra cá, e ninguém me aceitou como colaborador.
Esse dia eu não esqueço, pois foi uma das vezes que mais senti vontade de fazer algo realmente bom, pra poder arremessar nas faces pálidas e falsas de meia dúzia de hípócritas que enaltaciam diariamente as qualidades mornas e salobras da professora. Em dialeto comum: um bando de puxa sacos.
Tema livre, 8 minutos.
Fritei o cérebro pra encontrar alguma coisa interessante, tanto pra classe quanto pra mim mesmo.
Passei em frente a um cemitério, e percebi que lá não havia nada. Era isso!
Iria fazer um documentário sobre NADA!
Procurando o NADA, encontrei o TUDO!


Documentário produzido em 2007, no Cemitério Municipal da Vila Júlia, em Guarujá-SP, inicialmente para apresentação em aula de telejornalismo da Unaerp. Posteriormente re-editado.

Roteiro e Direção - Rodrigo Knoeller
Produção - Rodrigo Knoeller, Rafael Petrechem e Rodrigo Rocha
Imagens - Rodrigo Rocha
Edição de Imagens - Rodrigo Knoeller
Assistente de Produção - Elder Guedes

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Jornalismo Cultural - Daniel Piza

Trabalho de Conclusão de Curso, ou o temível TCC. Apesar dos inúmeros significados alternativos para a sigla (Tô Completamente Confuso, Trabalhinho Chato pra Cacete, entre outras) não é o bicho de sete cabeças que fantasiei ao longo dos exaustivos e penosos anos de faculdade.

O segredo é ter um bom tema, onde você saiba sobre o que dissertar, uma bibliografia razoavelmente colaborativa e paciência para o famoso “enchimento de lingüiça”. Meu tema eram os fanzines do movimento punk e sua influência no jornalismo cultural. Disso eu entendo, já toquei em bandas punk, conheci parte do movimento, vi filmes e estudei o assunto. Além disso, encher lingüiça no Word é comigo mesmo.


O que me faltava é a bibliografia. Faltam publicações específicas e direcionadas a esse tipo de atividade, mesmo assim não fiquei com os bolsos vazios. Juntei fanzines, livros sobre o movimento e alguns exemplares de Daniel Piza.


O livro, escrito em 2003, faz uma análise interessante dos cadernos culturais e artísticos dos grandes jornais e revistas, começando lá dos primórdios, quando foi fundada a The Spectator, por Richard Steele e Joseph Addison. Isso, em 1711.


E o que isso tem a ver com meu tema de TCC? Simples, os fanzines também eram veículos de jornalismo cultural, dada suas dimensões. Geralmente estas publicações eram feitas para tipos específicos de público, direcionando para onde a informação poderia ser consumida, longe dos padrões tradicionais de consumo de comunicação.


Além de contribuir para minha pesquisa, Piza me ensinou fundamentos importantes do Jornalismo Cultural, vertente que pretendo seguir na carreira jornalística. Da teoria à prática, passando por exemplos figurativos e casos interessantes, o livro caiu muito no meu gosto, e pertence aos preferidos que dormem ao meu lado no criado mudo.


“Fazer jornalismo na área de cultura é uma das possibilidades mais fascinante da profissão. Quem não gostaria de passar a vida em contato com o melhor da arte e ainda ser pago para isso? Por trás de tanto glamour, no entanto, há dedicação equivalente à de qualquer outra área do jornalismo – embora muita gente, mesmo dentro das redações, insista em rotular o jornalista de cultura como um privilégio que trabalha menos (afinal, “dar opinião não é fácil”), não tem obrigação de cavar “furos” e ainda vive ganhando os melhores “jabás” – livros, CDs, DVDs, etc”. Este trecho do texto que preenche as abas de marcação do livro deixam claro o motivo da minha fascinação por este trabalho.


Comprei o livro pelo estantevirtual.com.br, por R$ 15,90. No site, é possível encontrar o mesmo livro por diferentes preços, dependendo do estado do mesmo. O meu estava em ótimo estado de conservação, tornando minha compra extremamente satisfatória.



por Rodrigo Knoeller